terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Indiretas

As indiretas são como veneno, tomado por quem envia e por quem recebe. A indireta é algo tão pequeno e mesquinho, uma enganação de si próprio. Faz você achar que está por cima, quando na realidade, está mais por baixo do que pra quem a enviou. A indireta faz de você um egoísta, porque tudo que você quer é magoar. Faz disso um artifício fingido para se sentir melhor. Muitas vezes quem a recebe, sente-se a pessoa mais insignificante, como se nada tivesse valido a pena. A indireta é mesquinha, chula e árida. Corrói quem a envia, magoa quem a recebe. Não faz bem a ninguém, mas muitos insistem em usá-la.


domingo, 29 de setembro de 2013

Filme Disconnect

O filme "Disconnect" mostra o impacto que a Internet e as formas modernas de comunicação têm na vida das pessoas. A Internet e as redes sociais estão mudando a forma das pessoas se relacionarem e consequentemente causado um grande impacto em suas vidas.

No filme, tem-se a impressão de que os relacionamentos virtuais são mais fáceis, o que ocasiona uma falsa sensação de companhia e proximidade. Acho até que vivemos hoje uma "solidão cibernética".


Isto não é difícil de explicar, no contato virtual você se sente menos inibido, pois não precisa demonstrar suas emoções, seus gestos, seu jeito de ser, pode até interpretar outro papel, não ser você; é tudo muito rápido, muito fácil. O contato real exige sinceridade, honestidade... valores bastante escassos no atual mundo globalizado.

A carência e a solidão estão estampadas nos rostos das pessoas e não é difícil de identificar. Talvez esteja até em você mesmo, olhe para si e perceba.

Claro, não podemos negar o quanto a tecnologia facilitou nossas vidas. Mas, ainda sou dessas que preferem o "contato real", o "olho no olho" e o "abraço firme".

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Livro Ausência

Com muito prazer recomendo o livro "Ausência" da autora Flávia Cristina Simonelli (Editora Novo Século). Ano 2012.


"O que é um homem sem memória? Um homem que não se reconhece mais em nenhum tempo, nenhum lugar, nenhum rosto?


Recebi este livro da própria autora (autografado) e é uma honra poder compartilhá-lo com todos vocês.

O livro narra em 3ª pessoa a história do professor de literatura Ervin e a dificuldade de lidar diariamente com o Alzheimer. Ervin possuía uma vida atribulada com as muitas aulas que ministrava na universidade, era uma mente exemplar e pouco a pouco sua vida começou a mudar em decorrência do Alzheimer. Recebia apoio apenas da filha (psicóloga) e da esposa recebia repreensões, o que deixava Ervin mais angustiado.

A filha Flávia descreve aos poucos os efeitos devastadores do Alzheimer. É um livro envolvente e que traz grandes lições, principalmente para aqueles que desconhecem a doença. Mostra também o quanto é difícil para a família manter-se forte diante de uma situação como esta e que é preciso redimir-se de todos os sentimentos negativos para cuidar daquele familiar com carinho.

Não preciso dizer minha identificação com o livro, pois meu avô sofre de Alzheimer. Vê-lo "definhando" dia após dia, perdendo as memórias, ausentando-se de si mesmo, como se estivesse num mundo distante e perdido, não é fácil. Ainda mais pelo fato de que sempre foi um homem ativo que recebia com a maior alegria os netos em sua casa. Infelizmente, ele nunca mais voltará a ser o mesmo de antes. 

Parabéns a autora por ter tido a iniciativa de compartilhar toda a turbulência de sentimentos e emoções em decorrência dessa doença, conseguindo ao mesmo tempo mostrar o verdadeiro significado da vida.



"A Doença de Alzheimer é uma experiência devastadora.
Para o doente, a perda gradual da memória é o apagar do mais essencial que possuímos, do que nos define e nos diferencia, daquilo que faz de cada um de nós, humanos: nossa identidade.
Para o familiar, é a dor de um luto prologado, pois, embora esteja vivo, aquele à nossa frente vai, pouco a pouco, deixando de ser quem um dia conhecemos e amamos. Mas, a doença também pode ser uma experiência transformadora, um aprendizado diário de novas formas de relacionamento, a descoberta de outros meios de comunicação possíveis que independem da fala, do raciocínio, da razão: o olhar, o toque, o afeto.
E ainda, pode ser uma experiência que, transcendendo a realidade, serve como matéria-prima para a criação artística, alimento imprescindível para nosso espírito, por intermédio da qual podemos expressar, compartilhar e amenizar nossas dores, emoções e sentimentos"



Visitem o site da autora: http://www.flaviacristina.com.br


Quem desejar obter o livro, você pode encontrar aqui: Livraria Cultura


domingo, 18 de agosto de 2013

Filme: PELOS OLHOS DE MAISE



"Em meio ao complicado divórcio dos pais, Maisie, uma garotinha de sete anos, tenta entender o que se passa. De um lado a mãe, Susanna , uma estrela do rock, do outro o pai, Beale , um influente galerista, ambos brigando pela guarda da menina, mas sem arcar com as responsabilidades que educar uma criança exige."

O filme inteiro se concentra no olhar de Maisie, uma criança que lida com o conturbado divórcio dos pais. Os pais, por consequência, ignoram completamente seus sentimentos, envolvendo-a em situações de constante estresse emocional. Bom filme para quem quer analisar a "alienação parental".

terça-feira, 28 de maio de 2013

“O Tempo não cura tudo”



“O tempo não apaga tudo, alguns instantes permanecem intactos na memória, sem que se saiba por que uns e não outros. Talvez sejam confidências sutis que a vida nos fornece, em silêncio.”




Freqüentemente tenho escutado frases como "dê tempo ao tempo" ou "o tempo cura tudo", frases ditas quando não se está disposto a encarar o desafio de vencer a si mesmo. Frases ditas por um amigo que não está disponível para escutá-lo de verdade. E muitas vezes, é assim que encaramos, deixamos que o “tempo magicamente resolva”. Mas o tempo passa e ele não resolve.
Depois de um tempo, você percebe que as feridas, as falhas, as mágoas, as angústias continuam lá, em sua mente, repetindo como em um filme, às vezes vagarosamente e um pouco embaçado, e às vezes forte e nítido como se estivesse vivendo novamente. E de fato está, pois revivemos os fatos no pensamento cotidianamente, nunca da mesma forma, sempre com um detalhe novo, uma vida ou alegria nova ou uma ferida que dilacera sua alma e seu peito como se fosse morrer.
Nesses momentos, desejamos morrer de verdade, mas não uma morte real, mas uma morte virtual, aquela que mata somente a nossa dor, que nos faz reviver, que te faz magicamente renascer pra uma nova vida, com a ilusão de que a angústia tenho ido e que nunca mais volte.
Mas ela volta, enquanto não a encararmos, enquanto não a enfrentarmos com todas as nossas forças e vontade, ela irá voltar, como um fantasma que assombra os pensamentos quando se está sozinho. Não reconhecemos que esse tempo que achamos ser a chave da cura dos nossos problemas, é um tempo valioso, que desperdiçamos esperando e esperando.
Não faz sentido? Façamos o teste, lembre-se de sua vida há dez anos, relembre tudo àquilo que desejava que mudasse. Mudou? Então ótimo! Você é um vencedor que conseguiu lidar com suas maiores adversidades. Se não mudou, você é só mais um sentado na cadeira do destino, adiando e adiando, e você não está sozinho, existem milhares ao seu lado.
Precisamos resolver dentro de si aquilo que é mais assustador, sem “empurrar pra debaixo do tapete”, sem deixar que o tempo resolva (pois ele não resolve, quem resolve é você). Precisamos encarar nossas sombras, reconhecer nossos anseios e dificuldades. Pode-se até fingir, mas estará em nosso inconsciente, espreitando, sussurrando como se tivéssemos uma grande culpa, transmitindo significados manifestos e encobertos. E é preciso ser resolvido tão logo quanto possamos, antes que se enraíze, antes que percorra as nossas veias, antes que adoeça nosso corpo, (pois é nele que se manifestam nossas emoções) antes que chegue o arrependimento e a morte.